Neurodermite - A pele como escape para o Stress

5.11.14


Depois de algum tempo remetido ao 'silêncio', decidi que devia explicar aquilo que realmente estou a atravessar, no que respeita à minha saúde.

O primeiro episódio alarmante, aconteceu numa tarde de trabalho e depressa me desloquei às urgências do Hospital de S. João, onde entrei com uma coceira incontrolável pelo corpo todo.

Uma comichão tão forte, que me levou (literalmente) a coçar até fazer ferida. 

Depois de passar por três especialidades distintas, saí de lá medicado para a pele, sendo que dois dias depois, os sintomas se mantinham.

Dirigi-me ao Hospital de Santa Maria, dois dias depois ao Hospital da Maia e dois dias depois estava de volta às urgências do Hospital de S. João, não só com a dita comichão descontrolada como com o corpo repleto de feridas.

Depois de alguma insistência por parte (assumo) de uma pessoa que me é próxima e trabalha na área da saúde, acabaram por chegar ao meu diagnóstico: uma neurodermite.

Trocado 'por miúdos' é um quadro dermatológico que tem início numa espécie de inflamação, irritação ou sensibilização ocasional da pele, como uma alergia, por exemplo e que é acompanhado por uma coceira, geralmente de média intensidade. 

Depois de cessar a dita alteração da pele, continuamos a atritar o local enquanto sentimos aquela aflitiva sensação de prurido (coceira).

A partir desse momento, toda e qualquer situação de stress, passam a ser descarregadas no corpo, que passa a ser o ponto de convergência das tensões. 

Sempre que o stress se eleva a pessoa sente coceira naquela lesão de pele e leva a mão àquela área e inconscientemente, coça a área alterada até ao ponto de ferida.

Acaba por se formar um ciclo tensão-prurido-coçadura-engrossamento da pele, que leva a mais prurido, mais fricção, etc. 

Daí para a frente, acabamos por não dar conta do que estamos a fazer e só percebemos que a lesão não se cura e que a pele permanece escura e espessa. 

Há casos de neurodermite (que infelizmente) levam mais de um ano para recuperar.

Chego a ter ataques de choro, com as comichões, já para não falar das constantes mutilações pelo meu próprio corpo.

Fortemente medicado, entre as consultas e a baixa, resta a certeza de que estou bem acompanhado e com rápida vontade de recuperar a minha calma.

FranciscoVilhena





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